Perfuração: mais do que bons equipamentos, é preciso inteligência e cuidado
A primeira providência a ser tomada antes da abertura de um poço artesiano é conhecer o aquífero,
primeiramente analisando a topografia e a altura da coluna de água para ter acesso aos níveis mais
rasos do lençol freático, que será o melhor lugar para a perfuração. Para chegar ao aquífero é preciso
conhecer os níveis de dificuldade para acessá-lo. Isto é, o tipo de solo, de acordo com a análise geofísica
da área. Esse estudo é que permitirá identificar o tipo de rocha, para que seja determinada a forma de
perfuração que, a propósito, recebe o mesmo nome de acordo com essa identificação geológica: se será
uma perfuração de poço sedimentar ou perfuração de poço cristalino.
TUDO COMEÇOU HÁ MAIS DE 4 BILHÕES DE ANOS
Mesmo resumidamente e de um jeito simplificado, vamos começar do começo, das primeiras eras
geológicas. A diferença entre sedimentar e cristalino está relacionada ao ciclo das rochas, que surgiu a
partir da massa incandescente que era a Terra antes do seu processo de resfriamento e solidificação,
também responsável pela formação da atmosfera, que resultou dos gases e vapores expelidos com o
choque de temperaturas ocasionado no contado do “magma” com a superfície. Magma (do grego
“pasta”) é o material que passa a ser chamado de lava depois que chega ao topo e que originou as
rochas magmáticas. Hoje, sabe-se que essa “pasta” está até a 150 km de profundidade, em temperatura
que chega ao limite de 1560 °C. As rochas sedimentares passaram por diversos ciclos erosivos causados pela ação mecânica ou química
das chuvas, rios e oceanos, junto com os detritos acumulados com o tempo. Já as rochas cristalinas são
produzidas no interior da Terra em um período muito mais longo e, por não sofrerem ação externa, são
muito mais duras.
PERFURAÇÃO DE POÇO SEDIMENTAR OU CRISTALINO?
Essas características das rochas sedimentares e cristalinas definem tanto a vazão da água em seus
interiores, quanto a aparelhagem para a perfuração dos poços artesianos. As sedimentares têm
escoamento melhor e são mais fáceis de perfurar porque são compostas por sedimentos soltos. A
porosidade das cristalinas é praticamente nula e a água escoa somente através de fraturas e fissuras.
Existem também as áreas de rochas de substrato misto, cuja porção sedimentar fica acima da cristalina.
Os principais métodos utilizados pela Água Fácil para perfuração de poços artesianos são os de
percussão, rotativo e rotopneumático. O de percussão consiste em martelar até a profundidades de
200 metros, incapaz de penetrar rochas cristalinas. O método rotativo, como o próprio nome diz, usa
uma broca em movimento giratório para triturar o material rochoso. A potência e o porte da perfuratriz
dependem da resistência do solo perfurado. O rotopneumático é o método que combina os dois
anteriores; percussão em alta frequência com pequeno curso e rotação, impulsionados por ar
comprimido.
